segunda-feira, 15 de junho de 2009

David H.

O diálogo não é certeza
A fala não canta deuses
Do amargo féu do teu vocabulário
Ouço com o lhar, em tua face
[a tristeza

A idéia do infinito abandona
Os dedos ávidos e habilidosos
Da mão que roubou os lábio
Que movia, mesmo sem falar
[a beleza

Há de uniformizar
A natureza do passado
Tão calado e tímido
Num paradoxo formal

Língua e toques
Não desgazem o que se foi
E não garantem que irá voltar
Os afagos perdidos pelos olhares
[dos amantes

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Adeus

Quem te viu passar assim tão bela
Não soube descrever o momento
As horas pulsando no relógio
O atraso do encontro de minh'alma

Vem ver o que restou
Das cinzas do fogo eterno
Até parece arritmado
Mas no fim simplesmente calo

O ardor dos olhos poentes
A escada que leva pra baixo
O momento sublime do fim
O início novamente inesperado

Aquelas que viram quando passou
Não souberam descrever o momento
Intensa agonia, dura e fria
Daquele teu olhar sem sentimento

De frente encaro o desespero
Do tão breve adeus, sereno
Sigo apenas as batidas fracas
Das horas que pulsaram naquele momento