sábado, 30 de maio de 2009

Hei de te ver sorrir!

Dama de belos olhos cansados
De vestido longo bordado
Dos cabelos lisos cuidados
Do sorriso brilhante e calado
De um suave toque arrepiado

Dona das minhas ânsias em farrapos
Jogadas como que cordas em um barco
Enosadas em teus sapatos

Estremecido me calo
No descanso dos teus braços
No teatro dos ternos abraços

Me alegra teu descaso
A todos aqueles cansados
De tentar desfazer os laços
Que nossos corpos mantém atados

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Breve

Breve é uma palavra com quatro letras:

Dê a todos o respeito do silêncio
Estará sempre mais sutil e mais belo
Use de sua ingênuidade
Siga em frente, o destino te aguarda

Essa noite que te envolve
Sempre um tom acima
Tem por prática verbal
Adoração em teoria

Mesmo que a ti se refere
Outras vozes irão cegar
Remetendo a um só breve
Titubenate cintilar
Onipotente e singular

Breve se descreve no pesar

terça-feira, 19 de maio de 2009

Multidão

Sem aviso são teus passos
Livre escolha com destino
Pré-lançado no profundo mar
De inconstância do dia-a-dia

Então o dia passou e o infinito que restou
Deixou pra trás os longos cachos
A incerteza do valor
De tudo o que nos certa
Do escuro azul do céu
Os olhos embotados com vestigios de amor

Com pegadas, marcas mil
Os corações de quem chorou
As lágrimas suspiram e deliram já no chão
E assim com passos largos
Corre a frente com ardor
Muito rápido se perde
Nos meus pensamento...

Multidão.......

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Conversas ao Nascer do Sol I

- Eu to acordado!
- Que bom, olha para o lado.
- Que que tem?
- Olha...
- Sim, a janela e daí?
- Olha através dela, o dia tá nascendo, consegues ver?
- Nunca tinha reparado que essa janela da de frente pro nascer do sol.
- Assim como nunca se deu conta das pequenas coisas que nos fazem feliz, como um simples nascer do sol. Esse céu que começa a se abrir em raios de luz, é como o anoitecer, só que ao contrário, tudo é exatamente igual, porém é o oposto.
- Até parece que tá falando de nós, como se fossemos um o contrário do outro, como se eu fosse a noite que acaba com o dia, a doença que destói a saúde.
- Talvez, mas acho que é hora de calar e ver o sol nascer.

Longa pausa.

- Porquê?
- O quê?
- Por que tem que ser assim?
- Assim como?
- O dia vai terminar de amanhecer e você vai embora sem olhar pra trás, chegamos no fim, isso dói.
- Eu vejo, eu sinto, mas não tem mais jeito.
- Eu não tenho mais jeito?
- Eu não tenho mais jeito!
- E quem é "eu"?
- A pergunta devida é "quem sou eu?".
- Você não tem mais jeito?
- O sol nasce através da janela todos os dias, quanto tempo você mora aqui?
- Isso não me responde.
- A resposta foi a mais apropriada.
- Não se deve responder com uma pergunta.
- Não se deve perguntar o que já se sabe a resposta.

Pausa.

- Vai acabar em breve.
- É, eu sei.
- O que posso fazer para mudar isso?
- Mais um raio de sol!!!
- Para com isso, me diz, o que devo fazer?
- São 5:15.
- Não sei mais, então deixa o sol nascer...
- O silêncio é o melhor dos presentes...
- ...pra quem nunca te deu nada!
- Vindo de quem me deu o mundo, ele significa a vida.
- Me perdoa?
- Pelo que?
- Por ter sido só isso enquanto deveria ter sido tudo aquilo.
- Agora já passou...
- É, já passou, o sol já começou a aparecer, já passou.

Em silêncio os dois terminaram de assistir o sol nascer.
Um beijo no rosto e um adeus qeu ecoou como um até breve.

Rumo a Lugar Algum

Me fala ao ouvido
Quase que como planta
Assim que volta ao final
Que toca os pés

Senta ao meu lado
Vive minha agônia
Do ser por não ser
De estar no mesmo

Entre colchas e farrapos
Os nossos pedaços
Enlaçados nos meus braços
Explicados em teus cabelos vastos

Pegando com a mão
Minha angústia do fato
Da nossa útlima morada
De todo fim premeditado

Da felicidade do acaso
Nasce a flor do embaraço
Em que calo a boca fraca
Perante teus sorriso escaço

E faço juras de dedos cruzados
Falo palavras, descompaçado
Entre um soluço e uma piada
Pra lembrar a piedad

Quando te quero acalmar
Só deixo de lado o que sou
Ando com as pernas no ar
Tropeço no rumo a trilhar

domingo, 17 de maio de 2009

O Olhar e o Espelho

Alegra-te meu bem
Olha nos olhos meus
O rio de mágoas
Cobrado pelo espelho

Numa rara ilusão
Do encejo de sorrir
Quando os dentes
Emplaidecem ao vento

Mesmo incapaz de soletrar
Os campos férteis das vogais
Sem formar as lindas rosas
Das palavras do sentimentos

Quando te toco!
Quando te entendo!

domingo, 10 de maio de 2009

Moderno

Validade, permutação
Eu sou o centro do nada
Movendo meus dedos em direção
A tudo aquilo que quero abalar

Silêncio, adoração
Eu sou o ruído mudo
De um mundo reduto
Deixo gritar o que cala
Mando calar o que fala

Falácia, repreensão
Eu sou o rei preso em minha jaula
Não me gosto por entre ferros
As barras de aço que me protegem

De todo o mal
De tudo o que é válido
E do silênio de tudo o que é falso

14/04/09 - 19:46