quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Adeus

"quem te viu passar assim tão bela
não soube descrever o momento
as horas pulsando no relógio
o atraso do encontro de minh'alma

vem ver o que restou
das cinzas do fogo eterno
até parece aritmado
mas no fim simplesmente nego

o ardor dos olhos poentes
a escada que leva pra baixo
o momento sublime do fim
o inicio novamente inesperado

aquelas que viram quando passou
não souberam descrever o momento
intensa agonia, dura e fria
daquele teu olhar sem sentimento

de frente encaro o desespero
do tão breve adeus, sereno
sigo apenas as batidas fracas
das horas que pulsaram naquele momento"

se prefere acreditar nas coisas vagas da vida, então tornemos vã nossa existência.
se acreditar em quem se ama se resume a real beleza, então deixemos feia a realidade

se nunca me quis como sempre falou, porque então justo comigo, que te cobicei tanto, te amei tanto, te quis tanto?

prefiro mil vezes seguir minha vida na solidão do meu momento, botando palavras pra cá e palavras pra lá do que simplesmente encarar o fato de que foste embora sem nem mesmo dar a chance a minha loucura.

escrevo em lingua xula, lingua plena da loucura, sou feito de barro e não de agua pura, mas quando entoo um canto, é apenas pra quem merece, mas como palavras escritas não tem tom, então nunca se pode saber quando realmente se canta por amor ou por simples exposição.

se escrevo é porque gosto, e se me odeia por escrever e levar ao palco minhas palavras, então é porque odeia quem eu sou.

mas sempre, que as palavras são escritas, elas são feitas para alguém, talvez entregues pra quem serviu de inspiração, talvez pra quem possa julgar melhor, ou talvez pra milhões de pessoas, mas a cabeça permanece em quem serviu de inspiração.

não existe como definir o que é sentir, e por isso não existe como demonstrar em signos, apenas em olhares, abraços, ternuras. PALAVRAS são PALAVRAS, misturadas podem formar qualquer coisa. Dadaista até pensei em ser um dia, mas dai já não falarei com o coração, mesmo que ele já não esteja em minhas mãos.

Se te prestares a ler tudo, vai entender esse final.

Eu nunca joguei, mas se pensa que sim, então pode creditar o dinheiro e encerrar as fichas, pois, o cassino fechou.

É a última vez que posto, se quiser acredita senão não, simplesmente não tenho como te provar no papel. Eu nunca faria nada pra te perder, nada intencional, nunca tentaria te trair, porque tu bem sabe, seria capaz de mudar todos os conceitos pra estar ao teu lado. Pararia de fumar, de beber, de tocar, de escrever, de ter amigos, casaria, teria filhos, porque tu seria minha redenção.

Mas nunca, nunca mesmo joga comigo. Me olhe com olhar de desprezo e nojo, pelo menos fica mais fácil de aceitar a dor, que não é pequena. Eu te amei, e eu te amo de verdade e digam o que disserem de mim, veja o que vier de meus dedos, de meu lápis ou de minhas canetas, todas elas são fruto de apenas uma inspiração, um desejo, uma vontade sublime de poder estar ao lado de quem eu realmente amo...de ti...

E se for pra ser...Adeus...

20 de janeiro de 2008 - 6:32 da manhã

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Ouvindo: Tim Maia - Me Dê Motivos

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