quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Kronus

Envolto no sudário dos prazeres e da insanidade
Me sinto as margens de um rio de perdição
Abstenho-me de toda a lógica
E inverto o meu processo natural

Morro, porque procriar para
Fazer alguem despertar para tão cruel mundo
Deveria ser crime
E estar na constituição.

Envelheço, fadado ao pesar
Ao descobrir que nem tudo o que foi
É o que voltará, sempre a me guiar
Por isso sou fraco.

Sou adulto, racional
Olhando o mundo com os olhos de um trabalhador explorado
Vendo em cada beco da rua uma maneira
De conseguir ganhar o que não consegui a vida toda.

Agora jovial, sinto a disposição
Vontade de construir, ter
Vontade de amar, viver
Vontade...

Adolescente, com problemas
Tudo me irrita, principalmente a seriedade
Tento ser alegre, mas no fundo sei
Que não existem razões para ser assim.

Criança, vendo finalmente como o mundo pode ser belo
Depois de tanto sofrer consigo analizar
Cada fração de segundo e dele (o tempo)
Tirar a alegria.

Bêbe, completamente alheio
Fora, sem raciocinio mas,
Por mais que esteja fora
Ainda sim é mais inteligente que todos.

Volto ao utero de minha mãe
Sinto o aconchego do descanço
Posso não ser livre, mas sou feliz
Sendo feto.

Me parto em dois e descubro
Que mesmo estando sozinho
Sempre estou acompanhado de quem sempre esteve ali por mim
Eu mesmo.

Sumo, e ninguém sente falta
Por que não sabem que um dia existi
Não deixo saudades
Não deixo desilusões...

-----------------------------

Ouça: www.myspace.com/seychelesss

Nenhum comentário: